
Depois da decepção de bilheteria nos cinemas, o filme Lula, o Filho do Brasil está sofrendo um revés na distribuição pelas locadoras de vídeo e DVD. Dessa vez não é culpa da qualidade da narrativa de Fábio Barreto ou dos críticos que a acusaram de carregar uso político. É boicote declarado. A iniciativa foi de Luciano Tadeu Damiani, presidente do Sindicato das Empresas Videolocadoras do Estado de São Paulo e membro filiado ao PPS. Ele enviou uma carta recomendando que as 2.800 lojas de São Paulo deixassem de comprar ou alugar o filme. E espalhou o manifesto por toda a rede de associações e sindicatos com quem tem contato no país. “Não tenho números exatos, mas sei que poucas locadoras compraram”. Damiani, que diz não ter assistido o filme, explica os motivos do boicote.
Por que o boicote a Lula, filho do Brasil?
Em função dos depoimentos do presidente, que incentivaram a pirataria. Primeiro, Lula declarou que assistiu “Dois Filhos de Francisco” antes do filme ser lançado. Depois, no fim da exibição de Lula, filho do Brasil, saiu nos jornais que ele pediu uma cópia de serviço a Barreto (Luiz Carlos Barreto, produtor). Barreto disse que não fez cópias para evitar a pirataria e o Lula perguntou: “mas o meu filme não vai ter pirata?”. Foi falta de respeito com o mercado. Enviamos uma carta, pedindo que ele se retratasse, que fosse garoto propaganda do combate à pirataria, mas ele não fez isso. Então, já que ele acha que a pirataria é legal, deixa que o filme dele seja vendido clandestinamente.
Também vai haver boicote ao South of the Border, filme do Oliver Stone que tem entrevista com Lula e Hugo Chávez?
Nós ainda não pensamos nesse filme. Mas aí seria outra discussão. Esse é um filme político e nós não estamos brigando com a política. No caso do filme do Lula, fizemos um desagravo à palavras do presidente, não tem nada de político nisso.
O senhor foi pré-candidato a vereador pelo PPS, esse boicote não serve aos propósitos do seu partido, que faz oposição à candidata de Lula?
De forma nenhuma. Em 2007, eles (PPS) me convidaram para sair como candidato a vereador. Eu me filiei, mas recusei o convite. Não mexo com política. Hoje sou só filiado, não tenho ligação com o partido.
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