Em artigo, coordenador de Serra busca proximidade com Marina
REUTERS
SÃO PAULO (Reuters) - Na tentativa de se aproximar de Marina Silva (PV) e mostrar afinidades nas agendas socioambientais e de sustentabilidade, o PSDB publica nesta quinta-feira em seu site na Internet dois artigos sobre o tema.
Xico Graziano, coordenador do programa de governo do candidato tucano à Presidência, José Serra, afirma em um artigo que Marina sabe da proximidade do PSDB com a agenda socioambiental desde quando realizou "exitosas parcerias" com a ex-primeira-dama Ruth Cardoso, no programa Comunidade Solidária.
Parte do texto de Graziano também foi disparado na tarde desta quinta-feira por email para eleitores reafirmando a "posição comum" de tucanos e verdes.
"Marina Silva pode, ou não, apoiar a candidatura de José Serra no segundo turno. Veremos sua decisão", diz a mensagem enviada aos inscritos no site Proposta Serra, ligado à campanha do tucano.
No artigo, Graziano lista 21 ações ambientais realizadas em São Paulo durante o governo Serra (2007 a março de 2010), entre elas o fim dos lixões municipais, a aprovação da lei de mudanças climáticas, o fortalecimento da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), a nova regulamentação dos mananciais metropolitanos e a tentativa de proteção absoluta da Serra do Mar.
"A valorosa senadora do Acre sabe que o governo de Serra em São Paulo tomou medidas efetivas, com bons resultados, na defesa ecológica", afirma Graziano no artigo.
No primeiro turno das eleições, a candidata verde obteve cerca de 20 milhões de votos. Por causa desse patrimônio, tanto a candidatura de Serra quanto a da presidenciável Dilma Rousseff (PT) disputam o apoio da senadora e de sua legenda para o segundo turno, no dia 31 de outubro.
O PV, entretanto, só tomará uma decisão no próximo dia 17 e Marina sinalizou que pode optar pela neutralidade.
"De uma coisa podem estar certos: ela (Marina) conhece, e bem, nossa posição sobre a agenda da sustentabilidade", acrescenta ele, que também foi presidente do Incra e secretário da Agricultura e do Meio Ambiente de São Paulo.
Graziano afirma ainda que Marina descobriu, na época da sua parceria com Ruth Cardoso, morta em 2008, a ligação do então presidente Fernando Henrique Cardoso com a agenda global. "Fato importante para o sucesso da grande Conferência Rio-92", acrescenta Graziano.
Em outro artigo, o Instituto Teotônio Vilela, órgão de estudos e formação política ligado ao PSDB, menciona que foi no governo FHC que se elevaram as reservas legais na Amazônia, "numa batalha parlamentar em que os militantes verdes --a senadora, ainda petista, Marina Silva incluída-- cerraram fileiras com o governo tucano".