quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Situação humana no Paquistão é crítica, diz ONU



Manifestantes no Paquistão
Muitos paquistaneses dizem que o governo não faz o suficiente
Representantes da ONU no Paquistão alertaram nesta segunda-feira que as enchentes que atingem o Paquistão fizeram com a situação humana no país chegasse a um estágio crítico.
A entidade calcula que o número de pessoas que precisam de abrigo passou de dois milhões para seis milhões e que a escala da crise vem aumentando constantemente.
De acordo com funcionários do governo e agências humanitárias, na província de Sindh, no sul do país – onde fica Karachi, a maior cidade paquistanesa – mais de 80% da população foi obrigada a deixar suas casas.
Na região de Hyderabad, a segunda cidade mais populosa de Sindh, o Rio Indo atingiu o nível mais alto em mais de 50 anos e deve subir ainda mais na terça-feira.
Vítimas das cheias no Paquistão/Reuters
Milhões podem contrair doenças por causa das águas no Paquistão
Além de abrigo, alimentos e água potável, os desabrigados necessitam urgentemente de proteção contra ao forte sol que atinge o país nessa época do ano, verão no hemisfério norte.
A ONU havia declarado nos últimos dias que as cheias deste ano, que completam um mês esta semana, representam desastre maior do que o tsunami de 2005 e o terremoto que atingiu o Paquistão no mesmo ano, juntos.
O número de mortos no país passou de 1,6 mil e o de afetados supera os 17 milhões.
Dinheiro
Também nesta segunda-feira, a ONU disse já ter recebido 70% do dinheiro requisitado para o auxílio emergencial ao Paquistão.
Diferentemente do que ocorre normalmente na maioria dos apelos internacionais, a resposta dos doadores foi maior na segunda semana do que na primeira.
O Fundo Monetário Internacional terá uma reunião com o governo paquistanês para discutir os rumos da economia do país, bastante afetada pelas cheias.
O Paquistão estima em US$ 15 bilhões os custos para a reconstrução do país.
Afetados
Nas primeiras semanas as áreas mais afetadas ficavam no norte do país, mas atualmente a província de Sindh é a que mais sofre com o aumento do nível das águas.
Em Sindh, no sul do país, mais de 80% teriam deixado suas casas
Muitas comunidades vêm se defendendo das águas com barreiras improvisadas com barro.
Outras regiões permanecem isoladas por causa do colapso de estradas e pontes.
O governo e entidades internacionais já declararam temer que grupos insurgentes radicais aproveitem o desastre para angariar simpatizantes ao fornecer ajuda a áreas que o governo não chega.
Nesta segunda-feira um homem-bomba detonou seus explosivos em uma mesquita do Wazaristão do Norte, área tribal do norte paquistanês considerada reduto do Talebã, matando pelo menos 20 pessoas.
Este está sendo considerado o primeiro ataque suicida desde o início das cheias.

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