Cidade vive o clima da final da Libertadores. Inter e Chivas, do México, se enfrentam nesta quarta-feira, às 22h, no estádio Beira-Rio
Tem cheiro de decisão no ar. Até a noite da próxima quarta-feira, Porto Alegre estará sob flashes. A capital gaúcha vive o clima da final da Libertadores e é o centro das atenções. Inter e Chivas, do México, decidem o título mais importante do continente no Beira-Rio. Palco que há quatro anos quase explodiu de tanta alegria. O campeão da 51ª edição vai marcar o dia 18 de agosto. O Colorado tenta o bicampeonato. Pegou gosto em 2006 e quer conquistar a América de novo. Os mexicanos tentam cravar o nome numa daquelas plaquinhas da taça que carregam os registros de todos os campeões. No jogo de ida, em Guadalajara, vitória por 2 a 1 dos brasileiros. O resultado ao time de Celso Roth o direito de jogar por um empate.
As atenções da imprensa esportiva estão voltadas para o Gigante. O treino desta segunda-feira e as entrevistas coletivas com o lateral-esquerdo Kleber e o goleiro Renan foram acompanhados por dezenas de repórteres, entre eles mexicanos e argentinos. À tarde, o treino do Chivas foi muito concorrido. São esperados cerca de 600 jornalistas credenciados no jogo.
A Taça Libertadores pode ser vista no Gigante
(Foto: Richard Souza / Globoesporte.com)
Outra prova de que a final mudou a rotina da cidade foi o Tour da Taça, realizado pela primeira vez pela Conmebol. Na parte da manhã, o troféu da Libertadores chegou a Porto Alegre e passeou em carro aberto pelas principais ruas e avenidas, do aeroporto ao Beira-Rio, onde está exposta. O comboio durou cerca de duas horas e chamou a atenção das pessoas. Eufóricos, os colorados fizeram festa.
- É normal isso. Tem de ser normal. No México, observamos nos nossos treinamentos cerca de 100 colegas de vocês. Chama a atenção da América do Sul, do mundo. Nós, que estamos trabalhando, que fazemos parte do espetáculo, sabemos que quanto maior o interesse mais gente vai participar. É bom, é a valorização do trabalho, é o que procuramos. Mas basicamente o que queremos é o título e vamos trabalhar para isso – disse o técnico Celso Roth.
Bandeiras do Inter decoram as sacadas dos prédios
(Foto: Richard Souza / Globoesporte.com)
As cores do Inter estão por toda parte. Ainda mais que o Grêmio vive dias difíceis e tenta se recuperar no Campeonato Brasileiro. Nas sacadas dos prédios, nas janelas das casas, com os ambulantes nos sinais de trânsito. As bandeiras coloradas tomam conta das fachadas. É o reflexo do bom momento do clube. O Colorado virou campeão de tudo (tem todos os títulos em disputa), transformou-se em potência, virou modelo de organização.
- Não só no Brasil, mas na América. Dificilmente você vai ver um time que ganhou tantas coisas em tão pouco tempo. Só tenho a agradecer ao clube. Entrei nas semifinais e tenho a oportunidade de disputar mais um título na minha segunda Libertadores – comentou o atacante Rafael Sobis, protagonista da primeira conquista.
O volante Sandro, que vai se despedir do Inter na decisão para jogar na Inglaterra, diz que é possível perceber no contato com os torcedores o quanto este jogo tem mexido com a cidade.
- Com certeza. Uma final de Libetadores não é toda hora. Sabemos que o torcedor está eufórico, louco para que chegue a quarta-feira. Nós também – afirmou.
Nos semáforos, ambulantes aproveitam cada sinal
vermelho (Foto: Richard Souza / Globoesporte.com)
Os torcedores estão em estado de graça. Sobra confiança. O taxista José Eloy guarda na memória os três títulos nacionais do Inter, conquistados na década de 70, e a Copa do Brasil de 1992. Tempo em que morava em Porto Alegre e estava sempre no Gigante. Atualmente, ele vive em Canoas, na região metropolitana, e prefere a tranquilidade de casa para assistir aos jogos. Está impressionado com a evolução do clube.
- Já me emocionei muito aqui neste estádio. Acho muito positivo este momento. O futebol do Sul está sempre numa gangorra. Uma hora o Inter está bem e na outra o Grêmio. Este é o momento do Inter. É ótimo. Mostra a força que temos no futebol gaúcho. No Brasil, parece que o Inter se tornou o clube mais organizado, até mais que o São Paulo. Virou uma potência – afirmou.
Potência que pode crescer mais. Ao passar para a decisão da Libertadores, o Inter conquistou a vaga para disputar o Mundial de Clubes no fim do ano, em Abu Dabhi, nos Emirados Árabes. Depois do Japão, em 2006, o planeta pode ser novamente pintado de vermelho.
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