AUTORIDADES DEMONSTRAM PREOCUPAÇÃO

. Nos primeiros sete meses de 2010 foram registrados seis homicídios em Rolim de Moura. Todos foram esclarecidos e os autores presos e processados. Proporcionalmente, a ocorrência de um homicídio a cada mês está, estatisticamente, enquadrado como “normal” na planilha dos problemas na complicada convivência social humana. Não foi, portanto, esse o tema que motivou o vereador presidente da Câmara, João Rossi Júnior, o Juninho, a convocar as autoridades policiais de Rolim para reunião, acontecida na última terça feira. O comandante da PM local, Capitão Guillande, a Delegada Roberta e o Delegado Marcelo, da Policia Civil, bem como os sargentos Nei e Juraci atenderam o chamado dos vereadores para debater o assunto, apresentando dados extremamente preocupantes: De janeiro a julho de 2010 foram efetuadas 185 prisões e 80% das pessoas envolvidas eram menores de idade. Até serem apanhados pela Polícia cada um deles cometeu pelo menos 10 furtos. “A situação é extremamente grave porque todos os 185 presos confessaram que são dependentes de algum tipo de droga”, observou o vereador João Rossi Júnior. Ele entende que a onda de furtos teria, então, relacionamento direto com o consumo de drogas, principalmente por menores de idade. “Temos, dessa forma, um enorme problema social que não pode ser combatido apenas com as ações policiais”, disse Juninho, anunciando que o assunto tem que ser debatido até mesmo em Audiências Públicas. “Precisamos mobilizar as famílias, as lideranças setoriais, todo o conjunto social para elaborar providências que afastem ou pelo menos dificultem ao extremo o contato dos adolescentes com as drogas”, sugeriu Juninho. A eficiência das forças policiais em Rolim de Moura não tem sido questionado pela sociedade, mas as autoridades apontam carências que demandam solução urgente. O contingente de policiais militares em Rolim hoje é de 90 homens, quando o ideal seria pelo menos 120. A Polícia Civil tem necessidades maiores, já que conta com seis investigadores para atender casos que exigiriam pelo menos 16 profissionais. “Nós já pedimos providências ao Secretário de Segurança, Coronel Evilásio Sena, que nos deu garantia de que os quadros da Civil e da PM serão reforçados gradativamente e até o início do ano que vem os recursos humanos para segurança pública no município estarão nivelados com a demanda,” informou o vereador. A devoradora da sociedade O aumento de adolescentes e jovens dependentes de drogas é coisa que vem exigindo cuidados especiais dos governantes no mundo inteiro. Bilhões de dólares são investidos a cada ano para custear programas de ofereçam acesso à escola, garantam formação técnica e acadêmica, permitam inclusão digital e mais facilidade aos postos de trabalho. Os resultados globalizados não são animadores e por isso o vereador Juninho acredita que a melhor estratégia e isolar o problema no âmbito municipal, onde as medidas de prevenção, combate e recuperação sejam adaptadas de acordo com as características sociais de cada município. “Precisamos de politicas sociais eficientes, que valorizem o jovem de baixa renda, que ofereça motivação para que freqüentem as escolas e cursos de formação técnica e profissional,” diz Juninho. O vereador afirma ainda que nenhum cidadão pode cruzar os braços se a cidade teve mais de 150 menores detidos por ações criminosas em apenas seis meses. “Pior ainda é a confessada dependência de drogas, que motiva os atos delinqüentes,” preocupa-se ele, ao destacar que preparar os jovens para o futuro não é o bastante. “Nós temos a responsabilidade de preparar o futuro em que nossos filhos vão viver. Lutar contra as drogas é apenas uma das tantas obrigações de todo cidadão, não importa qual sua função social.”