quinta-feira, 30 de setembro de 2010
A fome de Marina (Belíssimo texto)
*A FOME DE MARINA*
*Por José Ribamar Bessa Freire*** *
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Há pouco, Caetano Veloso descartou do seu horizonte eleitoral o presidente
Lula da Silva, justificando: “Lula é analfabeto”. Por isso, o cantor baiano
aderiu à candidatura da senadora Marina da Silva, que tem diploma
universitário. Agora, vem a roqueira Rita Lee dizendo que nem assim vota em
Marina para presidente, “porque ela tem cara de quem está com fome”.
Os Silva não têm saída: se correr o Caetano pega, se ficar a Rita come.
Tais declarações são espantosas, porque foram feitas não por pistoleiros
truculentos, mas por dois artistas refinados, sensíveis e contestadores,
cujas músicas nos embalam e nos ajudam a compreender a aventura da
existência humana.
Num país dominado durante cinco séculos por bacharéis cevados, roliços e
enxudiosos, eles naturalizaram o canudo de papel e a banha como requisitos
indispensáveis ao exercício de governar, para o qual os Silva, por serem
iletrados e subnutridos, estariam despreparados.
Caetano Veloso e Rita Lee foram levianos, deselegantes e preconceituosos.
Ofenderam o povo brasileiro, que abriga, afinal, uma multidão de silvas
famélicos e desescolarizados.
De um lado, reforçam a ideia burra e cartorial de que o saber só existe se
for sacramentado pela escola e que tal saber é condição *sine qua non* para
o exercício do poder. De outro, pecam querendo nos fazer acreditar que quem
está com fome carece de qualidades para o exercício da representação
política.
A rainha do rock, debochada, irreverente e crítica, a quem todos admiramos,
dessa vez pisou na bola. Feio.“Venenosa! Êh êh êh êh êh!/ Erva venenosa, êh
êh êh êh êh!/ É pior do que cobra cascavel/ O seu veneno é cruel…/ Deus do
céu!/ Como ela é maldosa!”.
Nenhum dos dois - nem Caetano, nem Rita - têm tutano para entender esse
Brasil profundo que os silvas representam.
A senadora Marina da Silva tem mesmo cara de quem está com fome? Ou se trata
de um preconceito da roqueira, que só vê desnutrição ali onde nós vemos uma
beleza frágil e sofrida de Frida Kahlo, com seu cabelo amarrado em um coque,
seus vestidos longos e seu inevitável xale? Talvez Rita Lee tenha razão em
ver fome na cara de Marina, mas se trata de uma fome plural, cuja geografia
precisa ser delineada. Se for fome, é fome de quê?
*O mapa da fome *
*A primeira fome de Marina é, efetivamente, fome de comida, fome que roeu
sua infância de menina seringueira, quando comeu a macaxeira que o capiroto
ralou. Traz em seu rosto as marcas da pobreza, de uma fome crônica que
nasceu com ela na colocação de Breu Velho, dentro do Seringal Bagaço, no
Acre.*
Órfã da mãe ainda menina, acordava de madrugada, andava quilômetros para
cortar seringa, fazia roça, remava, carregava água, pescava e até caçava.
Três de seus irmãos não aguentaram e acabaram aumentando o alto índice de
mortalidade infantil.
Com seus 53 quilos atuais, a segunda fome de Marina é dos alimentos que,
mesmo agora, com salário de senadora, não pode usufruir: carne vermelha,
frutos do mar, lactose, condimentos e uma longa lista de uma rigorosa dieta
prescrita pelos médicos, em razão de doenças contraídas quando cortava
seringa no meio da floresta. Aos seis anos, ela teve o sangue contaminado
por mercúrio. Contraiu cinco malárias, três hepatites e uma leishmaniose.
A fome de conhecimentos é a terceira fome de Marina. Não havia escolas no
seringal. Ela adquiriu os saberes da floresta através da experiência e do
mundo mágico da oralidade. Quando contraiu hepatite, aos 16 anos, foi para a
cidade em busca de tratamento médico e aí mitigou o apetite por novos
saberes nas aulas do Mobral e no curso de Educação Integrada, onde aprendeu
a ler e escrever.
Fez os supletivos de 1º e 2º graus e depois o vestibular para o Curso de
História da Universidade Federal do Acre, trabalhando como empregada
doméstica, lavando roupa, cozinhando, faxinando.
Fome e sede de justiça: essa é sua quarta fome. Para saciá-la, militou nas
Comunidades Eclesiais de Base, na associação de moradores de seu bairro, no
movimento estudantil e sindical. Junto com Chico Mendes, fundou a CUT no
Acre e depois ajudou a construir o PT.
Exerceu dois mandatos de vereadora em Rio Branco , quando devolveu o
dinheiro das mordomias legais, mas escandalosas, forçando os demais
vereadores a fazerem o mesmo. Elegeu-se deputada estadual e depois senadora,
também por dois mandatos, defendendo os índios, os trabalhadores rurais e os
povos da floresta.
Quem viveu da floresta, não quer que a floresta morra. A cidadania ambiental
faz parte da sua quinta fome. Ministra do Meio Ambiente, ela criou o Serviço
Florestal Brasileiro e o Fundo de Desenvolvimento para gerir as florestas e
estimular o manejo florestal.
Combateu, através do Ibama, as atividades predatórias. Reduziu, em três
anos, o desmatamento da Amazônia de 57%, com a apreensão de um milhão de
metros cúbicos de madeira, prisão de mais 700 criminosos ambientais,
desmonte de mais de 1,5 mil empresas ilegais e inibição de 37 mil
propriedades de grilagem.
*Tudo vira bosta*
Esse é o retrato das fomes de Marina da Silva que - na voz de Rita Lee - a
descredencia para o exercício da presidência da República porque, no frigir
dos ovos, “o ovo frito, o caviar e o cozido/ a buchada e o cabrito/ o
cinzento e o colorido/ a ditadura e o oprimido/ o prometido e não cumprido/
e o programa do partido: tudo vira bosta”.
Lendo a declaração da roqueira, é o caso de devolver-lhe a letra de outra
música - ‘Se Manca’ - dizendo a ela: “Nem sou Lacan/ pra te botar no divã/ e
ouvir sua merda/ Se manca, neném!/ Gente mala a gente trata com desdém/ Se
manca, neném/ Não vem se achando bacana/ você é babaca”.
Rita Lee é babaca? Claro que não, mas certamente cometeu uma babaquice. Numa
de suas músicas - ‘Você vem’ - ela faz autocrítica antecipada, confessando:
“Não entendo de política/ Juro que o Brasil não é mais chanchada/ Você vem…
e faz piada”. Como ela é mutante, esperamos que faça um gesto grandioso, um
pedido de desculpas dirigido ao povo brasileiro, cantando: “Desculpe o auê/
Eu não queria magoar você”.
A mesma bala do preconceito disparada contra Marina atingiu também a
ministra Dilma Rousseff, em quem Rita Lee também não vota porque, “ela tem
cara de professora de matemática e mete medo”. Ah, Rita Lee conseguiu o
milagre de tornar a ministra Dilma menos antipática! Não usaria essa imagem,
se tivesse aprendido elevar uma fração a uma potência, em Manaus, com a
professora Mercedes Ponce de Leão, tão fofinha, ou com a nega Nathércia
Menezes, tão altaneira.
Deixa ver se eu entendi direito: Marina não serve porque tem cara de fome.
Dilma, porque mete mais medo que um exército de logaritmos, catetos,
hipotenusas, senos e co-senos. Serra, todos nós sabemos, tem cara de
vampiro. Sobra quem?
Se for para votar em quem tem cara de quem comeu (e gostou), vamos
ressuscitar, então, Paulo Salim Maluf ou Collor de Mello, que exalam saúde
por todos os dentes. Ou o Sarney, untuoso, com sua cara de ratazana
bigoduda. Por que não chamar o José Roberto Arruda, dono de um apetite voraz
e de cuecões multi-bolsos? Como diriam os franceses, “il péte de santé”.
O banqueiro Daniel Dantas, bem escanhoado e já desalgemado, tem cara de quem
se alimenta bem. Essa é a elite bem nutrida do Brasil…
*Rita Lee não se enganou: Marina tem a cara de fome do Brasil, mas isso não
é motivo para deixar de votar nela, porque essa é também a cara da
resistência, da luta da inteligência contra a brutalidade, do milagre da
sobrevivência, o que lhe dá autoridade e a credencia para o exercício de
liderança em nosso país.*
*Marina Silva, a cara da fome? Esse é um argumento convincente para votar
nela. Se eu tinha alguma dúvida, Rita Lee me convenceu definitivamente.*
*Por *José Ribamar Bessa Freire
*Professor, coordena o Programa de Estudos dos Povos Indígenas (UERJ)e
pesquisa no Programa de Pós-Graduação em Memória Social (UNIRIO)*
terça-feira, 28 de setembro de 2010
caw: Por que as eleições no Brasil importam no cenário internacional
Por que as eleições no Brasil importam no cenário internacional

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Uma democracia gigante, com 135 milhões de eleitores, e com um sistema de votação elogiado internacionalmente, o Brasil deverá atrair a atenção mundial durante a escolha de seu próximo presidente, no dia 3 de outubro.
O interesse pelo pleito, no entanto, vai além de uma simples curiosidade pelo processo eleitoral do país: o mundo quer saber quem governará uma nação de economia ascendente e com um papel geopolítico cada vez mais forte.
Por outro lado, a maior projeção do país também chama a atenção internacional para questões internas - e muitas vezes nem tão positivas, como a violência e a pobreza.
As preparações para a Copa do Mundo de 2014 e para a Olimpíada de 2016, além da exploração das reservas do pré-sal, completam o quadro de um país que tende a estar com sua imagem cada vez mais exposta à comunidade internacional.
Veja os principais motivos que levam as eleições brasileiras a serem alvo de atenção internacional.
Economia
Poucos países deixaram a crise financeira internacional para trás de forma tão rápida quanto o Brasil. O Produto Interno Bruto (PIB) deverá crescer perto de 7,5% este ano, após uma retração de 0,2% em 2009 - resultado que, apesar de negativo, ficou acima da média, considerando as principais economias do mundo.
Mas não é só a rápida recuperação que vem animando investidores estrangeiros. Com um crescimento médio de 4,8% de 2002 a 2008, o Brasil tem conseguido aliar expansão econômica com inflação sob controle.
O resultado é uma crescente classe média com apetite para o consumo, que tem sido o principal motor da economia do país. Somente no 1º semestre deste ano, a demanda interna cresceu 8% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Mas o próximo governo também terá desafios: a taxa de juros do país, descontada a inflação, é uma das maiores do mundo. A carga tributária chega a 36% do PIB, a maior da América Latina, e o país investe pouco, o equivalente a 17,9% do PIB - quando na China e na Índia chega-se a 43% e 34%, respectivamente.
Mas o ambiente macroeconômico favorável, somado a projetos vultosos (dentre eles a exploração de petróleo em camadas profundas e a realização da Copa do Mundo em 2014) deixam os investidores otimistas quanto ao Brasil. Muitos deles, inclusive, já veem o país entre as cinco maiores economias do mundo em um prazo de 15 anos.
Papel geopolítico crescente
Os defensores da diplomacia brasileira costumam dizer que o Brasil "mudou seu patamar" nas relações internacionais e que não existe mais "mesa" em que o país não esteja representado.
Ainda que essa maior participação seja motivo de controvérsia entre os especialistas, o fato é o que o Brasil vem se tornando cada vez mais atuante em determinados fóruns internacionais, sobretudo quando o assunto é economia e meio ambiente.
Um exemplo desse novo papel geopolítico está na participação do país no G20 financeiro, que ganhou destaque em função da crise internacional de 2008.

"Barack Obama e o presidente Lula"
O Brasil tem sido uma das principais vozes dentre os emergentes em busca de uma nova ordem econômica mundial, com maior peso para esses países em organismos como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial.
Dono da maior floresta tropical do mundo e grande usuário de energia limpa, o Brasil também se tornou presença constante nas discussões sobre mudança do clima no âmbito das Nações Unidas.
Em novembro do ano passado, o país figurou, ao lado de Estados Unidos, União Europeia, China, Índia e África do Sul, entre os principais negociadores da reunião de Copenhague sobre mudanças climáticas.
Os mais críticos, no entanto, argumentam que, apesar dessa maior participação, o país está longe de alcançar resultados concretos, já que o sistema internacional continua sendo conduzido pelas grandes potências.
Política externa mais agressiva
Não é apenas nos fóruns internacionais que o Brasil tem tido papel mais agressivo: a política externa bilateral também se acentuou nos últimos anos, com maior destaque para as relações Sul-Sul.
De olho em uma cadeira permanente no Conselho de Segurança da ONU, o país vem buscando um maior alinhamento com governos de regiões até então pouco exploradas pelo Itamaraty, caso da África e do Oriente Médio.
Recentemente, o Brasil atraiu os holofotes internacionais ao intermediar, junto com a Turquia, um acordo nuclear com o Irã, gerando certa insatisfação no governo americano.
Ao mesmo tempo em que é saudada pela diplomacia brasileira, a aproximação com o governo de Mahmoud Ahmadinejad tem gerado uma série de críticas a Brasília, que não estaria usando sua influência junto ao país persa para tentar atenuar supostos abusos em direitos humanos.

"O presidente Lula e o líder iraniano, Mahmoud Ahmadinejad"
O aprofundamento das relações com países africanos também tem sido uma importante marca da diplomacia brasileira, interessada não apenas em ampliar seu leque de aliados políticos, mas também diversificar suas opções de investimento no exterior.
Por outro lado, alguns analistas costumam apontar um certo "excesso" nas pretensões brasileiras. O argumento é de que a diplomacia brasileira estaria colocando a ideologia política à frente dos interesses econômicos e comerciais do país.
População
Com uma população de 191 milhões de pessoas, o Brasil é o quinto maior do mundo nessa categoria, atrás apenas de China, Índia, Estados Unidos e Indonésia.
Considerando a taxa média de fecundidade entre 2002 e 2006, que foi de 1,5 filho por mulher, o Brasil chegará ao ano de 2020 com uma população de 207 milhões de pessoas, segundo estimativas.
Apesar da tendência de queda, a parcela dos jovens no país ainda é expressiva: cerca de 32,8% da população é formada por pessoas com até 19 anos de idade. Há dez anos, porém, essa mesma parcela era de 40%.
Esse crescimento impõe uma série de desafios ao país, dentre eles uma melhor estrutura em transporte e moradia. De acordo com a ONU, o Brasil tem 827 milhões de pessoas vivendo em favelas.
Agricultura e pecuária

"Plantação em Mato Grosso"
Se por um lado o Brasil ainda deixa a desejar quando o assunto é a produtividade na indústria, o mesmo não se pode dizer do campo: o país é um dos maior produtores de alimentos do mundo e ainda tem um alto potencial de expansão.
Nos últimos dez anos, a produção total de alimentos saiu de 80 milhões de toneladas para quase 150 milhões - um crescimento de 87%. O país é o maior exportador mundial de suco de laranja, açúcar, frango, carne bovina e café, além de ser o segundo maior em soja.
Diante do crescimento da população mundial e da necessidade de abastecer um maior número de pessoas com uma dieta cada vez mais diferenciada, alguns especialistas têm apontado o Brasil como "celeiro" do mundo.
O apelido leva em consideração não apenas o que o país produz e exporta atualmente, mas principalmente seu potencial de expansão: segundo as Nações Unidas, o Brasil tem 50 milhões de hectares de terra sob cultivo e outros 300 milhões de hectares aráveis, mais do que qualquer outro país.
Mas apesar do espaço "de sobra", a expansão do cultivo deverá esbarrar em alguns desafios, como a qualidade de vida no campo e a pressão sobre áreas protegidas.
Para muitos ambientalistas, uma possível alta nos preços das commodities, somada a uma fiscalização ineficiente, podem colocar em risco os biomas da Amazônia e do Cerrado.
Desafios sociais
O Brasil vem conseguindo melhorar seus principais indicadores sociais nos últimos anos, muitas vezes em consequência do crescimento econômico e de uma inflação sob controle.

"favela"
De 2003 a 2008, cerca de 32 milhões de brasileiros deixaram as classes D e E, ingressando nas classes A, B e C, segundo estimativas da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
No que diz respeito ao Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), que considera riqueza, educação e expectativa de vida ao nascer, o país tem melhorado seu desempenho a cada ano, mas ainda está na 75ª posição dentre 115 países - praticamente o mesmo patamar verificado em 2002.
Quando a desigualdade de renda é contabilizada, o país tem um desempenho pior do que a média da América Latina, segundo a ONU.
As diferenças regionais também constituem um dos principais desafios do país nos próximos anos. Um levantamento recente do IBGE mostra que 99,8% das cidades do Estado de São Paulo eram servidas com rede de esgoto em 2008, enquanto no Piauí apenas 4,5% dos municípios eram atendidos.
Outro tema que costuma atrair a atenção internacional para o Brasil, a violência ainda tem indicadores que colocam o Brasil no topo dos rankings mundiais.
Ainda que o indicador tenha melhorado nas capitais, a taxa média de homicídios ainda é alta: 25,2 para cada grupo de 100 mil habitantes.
Deivid impede derrota para o Goiás no fim, mas crise não deixa o Fla
Jean faz contra no começo do segundo tempo, e os dois times seguem na luta contra o rebaixamento para a Série B
Os torcedores do Flamengo saíram do Serra Dourada na noite desta terça-feira fazendo festa, dizendo que o Goiás vai para a Segunda Divisão. Mas, o placar de 1 a 1 indica que os dois times seguem muito ameaçados pelo rebaixamento. A comemoração dos rubro-negros explica-se pelo fato de Deivid ter empatado a partida aos 45 minutos do segundo tempo. Jean havia marcado contra, a favor dos donos da casa, aos dois da etapa final.
O gol do atacante fez com que o Fla passasse o Avaí na tabela, indo a 29 pontos, na 15ª colocação - o time de Florianópolis enfrenta o líder Fluminense nesta quarta. O Goiás está em situação mais delicada, com 25 pontos, na 18ª posição após 26 rodadas do Brasileirão.
45 minutos só de erros
O gol do atacante fez com que o Fla passasse o Avaí na tabela, indo a 29 pontos, na 15ª colocação - o time de Florianópolis enfrenta o líder Fluminense nesta quarta. O Goiás está em situação mais delicada, com 25 pontos, na 18ª posição após 26 rodadas do Brasileirão.
45 minutos só de erros
O Flamengo precisava da vitória. Ok. Mas a escalação de Silas não passou tal necessidade. O treinador tirou Diogo, que teve boa movimentação nos últimos jogos, e apostou em um meio-campo povoado por volantes. Maldonado, Correa e Willians. Isso admitindo que Kleberson e Renato são meias. No ataque, Deivid isolado. A intenção era liberar Léo Moura e Juan.
Jorginho manteve o 4-4-2 que derrubou o São Paulo no Morumbi por 3 a 0, apostando em um ataque que combina a velocidade de Felipe com o oportunismo de Rafael Moura.
A situação semelhante na tabela motivou as duas torcidas. O estádio não estava lotado, mas recebeu bom público apesar do temporal que castigou Goiânia antes e durante boa parte do jogo. Os torcedores do time mandante provocaram os que nasceram no estado, mas escolheram forasteiros para torcer: “Ah, eu sou goiano”.
Apesar do excesso de volantes, o Flamengo começou com mais posse de bola e só não abriu o placar porque Kleberson chutou para fora após ótimo passe de Maldonado, aos seis minutos. Isso até a zaga começar a se enrolar na saída de bola. Jean escorregou, David Braz tentou o chute e o lance sobrou para Jonílson bater próximo ao canto esquerdo em seguida.
O Goiás perdeu Rafael Toloi, machucado, antes dos 20 minutos e permaneceu desorientado, sem ameaçar o adversário. O Flamengo, com suas limitações habituais no meio, agrediu pelo lado direito com Léo Moura e Willians, mas sem conseguir também alguma chance clara de gol. O primeiro tempo não foi bom. Tanto que antes do intervalo os rubro-negros já pediam a entrada de Petkovic.
Jean faz contra, e goianos comemoram
Satisfeitos com o ‘bom futebol’ de suas equipes, Jorginho e Silas não fizeram qualquer mudança. E, dois minutos após do reinício de jogo, gol do Goiás: Carlos Alberto cruzou da direita, Jean se antecipou a Marcelo Lomba e, de canhota, fez contra. Ao lado, Léo Moura levou as mãos à cabeça. Festa verde no encharcado gramado.
Pouco depois, aos 12, Rafael Moura foi expulso por agredido Maldonado com um soco. O mais incrível é que o jogador do Goiás estava tentando uma jogada no ataque. Como Jorginho já havia feito as três substituições - entraram também Douglas no lugar de Junior, e Rithelly, no de Carlos Alberto – e com Felipe apagado, os donos da casa ficaram ‘órfãos’ na frente.
Enquanto isso, o treinador rubro-negro tirou Maldonado e colocou o atacante Diogo, mudando sua estratégia. Nas arquibancadas, um coro nada gentil e impublicável para Silas. Palmas, só quando ele chamou Petkovic para entrar no jogo. Só que o gringo entrou no lugar de Renato, que saiu muito irritado e deu um soco na cobertura do banco de reservas antes de se sentar. E Silas ouviu uma nova ‘homenagem’: ‘burro, burro’.
Aos trancos e barrancos, lá foi o Flamengo em busca do empate. O Goiás, encolheu-se ainda mais, com seus defensores dando um bico atrás do outro para qualquer lado, menos em direção ao gol, como fizera Jean.

(Foto: Ag. Estado)
Até metade do segundo tempo, o Fla já tinha feito 19 jogadas de linha de fundo, contra quatro do Esmeraldino. Só que os cruzamentos acertavam tudo, menos a bola na cabeça de quem estava dentro da área. Talvez reparando nisso, Silas resolveu mandar Val Baiano a campo e tirou Willians, apostando que o atacante faria pelo menos seu primeiro gol com a camisa rubro-negra. Aos 29, Léo Moura fez boa jogada, cruzou, mas Deivid se enrolou todo, caiu e perdeu a bola, arrancando risadas na torcida verde.
Aos 33, Douglas perdeu uma chance clara de ampliar para o Goiás. Ele chegou a driblar Lomba na entrada da área, mas chutou por cima do travessão. Detalhe: quem estava na marcação ao contra-ataque era Petkovic, que entrou com muita disposição, mas ainda sem a inspiração que levou o Fla ao título em 2009.
O jogo se aproximava do fim, e Renato, ainda mais nervoso no banco, dava uma de Silas e ficava aos berros tentando dar instruções aos companheiros. Aos 45, Léo Moura colocou a bola no ângulo, mas Harlei foi lá. Logo depois, Deivid impediu a derrota rubro-negra ao acertar um chute de fora da área à direita do goleiro esmeraldino. O atacante correu em direção à torcida fazendo o gesto típico de quem diz que tem raça, batendo no braço. Os rubro-negros passaram então a vibrar e empurrar o time em busca da vitória. Só que tiveram que se contentar com um ponto mesmo.
Na próxima rodada, o Flamengo enfrenta o Botafogo, sábado, às 18h30m, no Engenhão. Na sexta, o Goiás encara o Vasco, em São Januário, às 21h.
Na próxima rodada, o Flamengo enfrenta o Botafogo, sábado, às 18h30m, no Engenhão. Na sexta, o Goiás encara o Vasco, em São Januário, às 21h.
Vasco bate o Santos na Colina e desencanta após seis partidas
Equipe faz 3 a 1 no Peixe com gols de Fágner, Felipe e Eder Luis
Depois de seis partidas sem saber o gosto da vitória, o Vasco fez 3 a 1 no Santos, nesta terça-feira, em São Januário, e voltou a dar alegria aos seus torcedores na 26ª rodada. Com o resultado, a equipe da Colina chega a 33 pontos no Campeonato Brasileiro e está em 12º lugar, com um jogo a menos. Os gols foram marcados por Fágner, Felipe e Eder Luis. Danilo descontou para os paulistas. O Peixe não esteve em uma noite inspirada, assim como Neymar, que pouco conseguiu criar, e permanece com 38, na sexta posição.
Vasco se encontra e abre vantagem no placar
A partida na Colina começou morna, com as duas equipes se estudando demais. O Vasco bem que tentou dar velocidade ao jogo, mas foi o Santos que colocou a bola no chão e, atacando pelas laterais do campo, foi mais perigoso no início. A felicidade dos cruzmaltinos era o insucesso de Neymar, que, vigiado de perto, pouco conseguia criar. Quando o atacante levou uma bolada, a torcida foi à loucura.
A primeira boa chance do Peixe aconteceu aos dez minutos. Danilo avançou pela direita e cruzou na medida para Marcel, que, em boas condições de finalizar, tentou um voleio e furou. Ainda desencontrado em campo, principalmente por causa dos desfalques, o Vasco tinha apenas uma boa arma: os avanços pela direita de Fágner, Zé Roberto e Eder Luis. E foi desta forma que marcou seu primeiro gol.
Aos 30, Eder Luis foi lançado, driblou Alex Sandro e tocou para trás na direção de Fágner, que mandou de primeira e acertou o ângulo esquerdo do goleiro Rafael: 1 a 0 e muita vibração da torcida vascaína nas arquibancadas de São Januário. Não demorou para o Gigante da Colina armar outro contra-ataque rápido. Aos 34, Felipe deu ótimo passe para Rafael Coelho, que invadiu a área e foi derrubado pelo goleiro. Coube ao camisa 6, que até então estava apagado na partida, fazer a cobrança. Ele bateu no canto esquerdo de Rafael, que defendeu e a bola bateu na trave. No rebote, o próprio meia, de perna direita, finalizou e colocou 2 a 0 no placar. Foi o primeiro no retorno ao clube. Na comemoração, foi abraçar o preparador físico Jorge Sotter.
Santos diminui, mas Vasco fecha o caixão no último minuto
Na volta para o segundo tempo, o jogo ganhou mais emoção, já que o Peixe partiu para cima para tentar diminuir o prejuízo. E conseguiu fazer logo no início, ajudado por uma falha individual de Titi. O zagueiro bobeou na frente de Arouca, que roubou a bola e serviu Danilo. Na saída de Fernando Prass, o lateral-direito tocou para o fundo da rede: 2 a 1.
Vendo o crescimento do Santos, Paulo César Gusmão modificou o Vasco: Fellipe Bastos, Rafael Coelho e Felipe saíram para as entradas de Romulo, Jonathan e Allan, respectivamente. Mas as alterações não impediram que a equipe recuasse. A aposta era os contra-ataques, principalmente na velocidade de Eder Luis.
A missão cruzmaltina ficou mais difícil a partir dos 31 minutos, quando Jumar fez falta em Neymar e levou o segundo cartão amarelo e em seguida o vermelho. Com isso, o Santos se lançou de vez a ataque, já que Roberto Brum deu lugar a Tiago Luis. A melhor chance foi já perto do fim, aos 43, com Neymar. O atacante tentou encobrir o goleiro Fernando Prass, mas chutou por cima do gol.
Aos 47, Danilo mandou uma bomba de longe, e Fernando Prass voou para fazer uma grande defesa. O golpe final do Vasco veio aos 49, quando Eder Luis fez fila, entrou na área e tocou na saída do goleiro Rafael: 3 a 1. Fim de jogo e comemoração dos poucos vascaínos que foram ao jogo (2.819 pagantes).
Na próxima sexta-feira, às 21h (de Brasília), o Vasco recebe o Goiás em São Januário. O Santos, no sábado, às 16h, faz o clássico com o Palmeiras na Vila Belmiro
Na próxima sexta-feira, às 21h (de Brasília), o Vasco recebe o Goiás em São Januário. O Santos, no sábado, às 16h, faz o clássico com o Palmeiras na Vila Belmiro
segunda-feira, 27 de setembro de 2010
Timão se apoia nos jogos em casa para voltar à liderança do Brasileirão
Confrontos contra Botafogo, quarta-feira, e Ceará, no sábado, serão disputados no Pacaembu, onde a equipe jogou 12 vezes e venceu 11
Após perder a liderança do Brasileirão para o Fluminense, no último domingo, o Corinthians se apoia nos dois jogos seguidos que tem em casa para dar o troco na equipe carioca. O Timão foi ultrapassado por ter perdido por 3 a 2 para o Internacional, em Porto Alegre. Permaneceu com 47 pontos. Ao mesmo tempo, o Flu bateu o Vitória, por 2 a 1, em Salvador, e foi a 48. (Assista aos melhores momentos no vídeo ao lado).
Na próxima quarta-feira, o Corinthians pega o Botafogo. No sábado seguinte, enfrenta o Ceará. Ambos os confrontos serão no Pacaembu. O Fluminense, por sua vez, terá um jogo em casa, contra o Avaí, quarta, e outro fora, contra o Grêmio Prudente, no sábado.
- Temos dois jogos em casa que serão importantíssimos. Essa derrota para o Internacional não pode nos afetar em nada. Faltam 13 rodadas, é muito jogo – afirma o lateral-direito Alessandro.
O técnico Adilson Batista, por sua vez, lembra que o Pacaembu tem sido fundamental para o Corinthians neste Brasileirão. O Timão venceu 11 dos 12 jogos que disputou no estádio.
- Jogar em casa é sempre importante. Mas o que é fundamental mesmo é a equipe ter equilíbrio, determinação e correr sempre atrás. Seja em casa ou fora. Foi assim que conseguimos vencer o Fluminense lá no Rio, por exemplo.
sexta-feira, 24 de setembro de 2010
Tiririca pode obter quase 1 milhão de votos e chegar ao Congresso

EFE
Tiririca pode obter quase 1 milhão de votos e chegar ao Congresso
A última pesquisa elaborada pelo instituto Datafolha aponta ao candidato 900 mil votos, que representam 3% dos mais de 30 milhões de eleitores aptos a votar naquele estado.
Se for confirmado esse resultado, Tiririca não só conseguiria uma cadeira, mas se transformaria no deputado mais votado do país dentre os 513 da Câmara, comparável ao resultado obtido há quatro anos pelo candidato mais votado, Paulo Maluf, com 739 mil votos.
A pesquisa, no entanto, no qual foram entrevistados no início do mês 11.660 pessoas revela que nada menos do que 66% do eleitorado, que neste pleito deverá escolher o novo presidente, a composição de dois terços do Senado e governadores e deputados estaduais, ainda não decidiram para quais candidatos darão seu voto no Congresso.
Analistas políticos atribuem essa elevada taxa ao fenômeno de sempre: o desalento dos eleitores com os políticos tradicionais e a falta de propostas, embora os recém-chegados ao cenário político não tenham muito a dizer.
De seu programa político pouco se sabe além da ideia de lutar pela aprovação de projetos que beneficiem à população do nordeste e defender os trabalhadores da construção dos abusos de seus empregadores.
Igualmente propõe uma lei de incentivos para os espetáculos circenses e promover as atividades culturais nos bairros da periferia.
Também fala vagamente de lutar pela ampliação de programas sociais e criar comissões parlamentares para a defesa dos direitos humanos e a educação.
Sem qualquer tipo de experiência política, Tiririca começou a trabalhar aos oito anos de idade vendendo doces e começou sua trajetória artística como palhaço, equilibrista, malabarista e mago, segundo a biografia postada em seu site oficial.
Mas ele foi mais longe. Nos anos 90 entrou para o cenário musical como compositor, com a música "Florentina". Tiririca fez ainda participações em programas de humor na televisão.
"Se o senhor tem fé em Deus e trabalha honestamente, consegue seus objetivos. Tenho muita fé em Deus e por isso estou aqui", afirma o candidato.
Tiririca, quem não se expõem muito em declarações à imprensa, não esconde sua absoluta ignorância sobre o funcionamento das instituições do Estado às quais aspira representar.
"O que faz um deputado federal? Na realidade eu não sei", diz outro de seus lemas eleitorais.
Vestido com uma camiseta vermelha, uma peruca loira e um chapéu colorido, Tiririca apressa os últimos dias de campanha, acompanhado dos 50 membros de sua equipe eleitoral, percorrendo a pé ou a bordo de um microônibus as ruas dos bairros mais populares de São Paulo com a esperança de conquistar o coração do eleitorado.
Em suas aparições, Tiririca não hesita em pousar para fotos com eleitores, dar autógrafos, pegar nos braços bebês e devolver os beijos apaixonados que recebe de fãs.
Nos últimos dias de campanha, o palhaço não para de fazer aparições no meio da multidão, mas difícil é saber se essa popularidade se transformará em votos efetivos e em uma autêntica carreira política quando fechem os colégios eleitorais.
De qualquer maneira, alguns candidatos preocupados com o fenômeno Tiririca, como o empresário Paulo Skaf, aspirante ao governo de São Paulo (PSB), lançaram uma campanha na qual defendem que "o voto seja levado a sério".
quinta-feira, 23 de setembro de 2010
23/09/2010 11h50 - Atualizado em 23/09/2010 13h40 Mano sobre Neymar: 'Espero que ele volte a chamar a atenção pelo futebol'
Coletiva da convocação da Seleção Brasileira gira em cima da ausência do atacante do Santos. Treinador prefere não estabelecer prazo para volta
Os atos de indisciplina de Neymar nos últimos jogos do Santos no Campeonato Brasileiro e o problema com o técnico Dorival Júnior, que acabou demitido do clube paulista, chamaram a atenção de Mano Menezes. O comandante da Seleção Brasileira preferiu não chamar o atacante para os dois próximos amistosos, em outubro, e disse que espera que o jovem jogador santista reflita sobre o atual momento da carreira.
- Quero deixar bem claro a linha que estamos pensando na condução do trabalho na seleção. Sempre dissemos que o que vai trazer o jogador para a seleção é aquilo que ele produzir dentro do campo. Os últimos momentos (do Neymar) têm sido conturbados. Vamos deixar esses problemas fora da seleção neste momento. Acho importante a mensagem que vamos deixar e que todos tenham bastante claro o que pensamos na Seleção. Não queremos ser mais realistas ou mais duros do que ninguém. Temos muito nítido na nossa mente que o futebol muito bem jogado, brilhante dos últimos meses deva ser a marca principal de um jogador talentoso como Neymar. Se voltar a ser a norma, a regra, o futebol vai trazê-lo de volta à Seleção - disse.

(Foto: André Durão / GLOBOESPORTE.COM)
Mano Menezes preferiu não estabelecer prazos para a volta de Neymar à Seleção Brasileira. Em novembro há um amistoso contra a Argentina, no Qatar.
- A volta do Neymar depende dele. Se falamos tudo o que falamos espero mesmo que seja circunstancial, a fase. E que ele volte a chamar a atenção pelo que ele chamou até o momento. Espero que ele volte a chamar a atenção pelo futebol, pela capacidade de decisão, por tudo o que o trouxe para a seleção principal comigo.
Mano Menezes disse que não chegou a conversar com o técnico Dorival Júnior para saber todos os fatos que geraram o problema com Neymar nas últimas semanas. O treinador queria ouvir os pensamentos do companheiro de profissão, mas a demissão de Dorival do Santos atrapalharam os planos.
- Minha conversa com o Dorival não seria de conselhos nem daqui para lá e nem de lá para cá. Conselho é uma complicada de se dar não fazendo parte de forma integral de qualquer situação. A minha conversa seria para ter conhecimento de todos os fatos. Como técnico sei que nem todos os fatos são tornados públicos, mas o que acontece internamente pode explicar muita coisa. A conversa não aconteceu por circunstâncias. Não quero entrar mais fundo na análise porque vimos do lado de fora. Como técnico da seleção sou perguntado sobre esse assunto e preciso me posicionar. Não posso fugir de todas as questões e tenho o cuidado de não passar dos limites.
Neymar fez parte da lista de convocados de Mano Menezes para a primeira partida da Seleção após a disputa da Copa do Mundo na África do Sul e se tornou um dos símbolos do processo de renovação apresentado pelo treinador. O jogador, inclusive, foi um dos destaques da equipe que venceu os Estados Unidos por 2 a 0, em Nova Jérsei. Naquela ocasião, o atacante do Santos deixou a sua marca, e Alexandre Pato fez o outro.
O problema de Neymar com Dorival Júnior estourou no dia 15 de setembro durante a partida contra o Atlético-GO, no Serra Dourada. O jogador ficou irritado por ter sido preterido na cobrança de um pênalti e acabou se desentendendo com o treinador, soltando vários palavrões. Para não perder o comando, o comandante do Santos afastou o atleta por tempo indeterminado, deixando o fora do jogo diante do Guarani, no último fim de semana. Porém, na última terça-feira, o Dorival foi demitido por não relacionar o garoto para o clássico contra o Corinthians.
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